O festival mais conhecido de todos os tempos aconteceu entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, em uma propriedade rural no município de Bethel, NY - pois é, apesar do nome, Woodstock não aconteceu na vila de Woodstock, que também fica em Nova York! As cerca de 400 mil pessoas que foram até o festival, que tinha como slogan “três dias de paz e música”, testemunharam performances inesquecíveis de artistas como Janis Joplin, Jimmy Hendrix, The Who e Joe Cocker.
Entre algumas das razões por trás do sucesso do evento estavam a Guerra do Vietnã, os julgamentos do ativismo pelos Direitos Civis e o Movimento do Amor Livre. Woodstock conversou com o Espírito do Tempo da época e serviu como uma ‘intervenção cultural’ a favor da paz.
Lúcio Ribeiro, idealizador do Popload Festival no Brasil, disse ao portal IstoÉ que o Woodstock pode ser visto como o “crepúsculo” de uma geração que se desiludiu com a paz. “Foi o último grande encontro de pessoas em que podiam sonhar que estava tudo certo e o mundo seria melhor”.
Apesar do sucesso atemporal do festival de Woodstock, muitos dos grandes nomes da música da época não aceitaram o convite para participar do evento. Entre eles: The Beatles - que já não tocavam juntos há 3 anos quando o festival aconteceu -, Led Zeppelin, Rolling Stones, The Doors e Bob Dylan. Será que se arrependeram?
Legado
Muitos dos artistas que se apresentaram durante o evento viraram referências fundamentais para as gerações futuras. Branco Mello, dos Titãs, disse ao portal Terra que o Woodstock influencia o cenário musical até hoje. "A música no mundo foi influenciada pelo festival, mas também por toda essa contracultura, da contestação dos valores da época. É um marco histórico e isso está nas bandas atuais".
Detalhes das apresentações, como o tom psicodélico que Jimi Hendrix adotou enquanto reproduzia o solo de guitarra no hino nacional estadunidense ou o cover intenso que Joe Cocker performou de With a Little Help From my Friends, dos Beatles, ficaram extremamente marcados musicalmente.
Lucy Dacus, cantora de rock indie norte americana, escreveu: nascer nos anos 90 significa ter o Woodstock como a lembrança de um sonho. É um fato que a geração que veio após o grande evento e curte música e/ou compartilha dos ideais se sente como a cantora e gostaria de ter vivido esses dias icônicos.
Mas a repercussão não foi só musical: para o veículo norte-americano New York Times, Woodstock foi o precursor da relação entre a moda e os festivais, muito embora o próprio festival fosse na contramão da ideia de padronização e pregasse justamente a diversidade e liberdade em todos os sentidos. As roupas usadas no evento representavam justamente tudo que não era usado pelos americanos na época. No geral, o público tinha um estilo hippie - no modo de levar a vida e, também, no jeito de se vestir.
Até hoje os festivais pelo mundo têm como identidade não só o estilo de música que representam mas também a forma como o seu público adere às tendências da moda. Eventos como o Coachella, Lollapalooza e Rock in Rio carregam uma identidade visual muito forte.
Para quem quiser materializar um pouquinho do evento que ficou no imaginário das gerações que seguiram após Woodstock, vale visitar a casa do festival. Em 1984, foi colocada uma placa comemorativa no local da primeira edição. A área preserva seu aspecto rural e, até hoje, pessoas de todas as gerações e estilos querem conhecer o lugar que virou um marco na história da música.